quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sentimento ao anônimo

Sem mais como vai,
Sem mais durma bem,
Sem mais bom dia,
Sem mais bom trabalho.
Ando a procura de alguem que não existe
Escrevo para comover alguem que não conheço
Me arrumo para alguem que não me vê
Sem mais abraços,
Sem mais fique bem,
Sem mais beijos,
Sem mais afagos à noite.
Sinto saudades de alguem que eu não tenho
Quero desesperadamente encontrar alguem que não sei quem é
Preciso abraçar alguem que é etéreo
Sem mais nós
Sem mais lado a lado
Sem mais mãos dadas
Sem mais eu e você
Por quê não me achas?
Por quê não escutas meus gritos silenciosos?
Por quê me afujentas de teu convivio desconhecido?
Por quê vives sem mim?
Nos braços de quem tú te escondes?!
Não o conheço mas o odeio.
Quais lábios tú beijas?
Nunca os vi mas defamo
Por quê não comigo?
Por quê não aqui?
Por quê não agora?!
Por quê tú te escondes?
Deixe-me achá-lo
Deixe-me ser feliz ao te lado
Deixe-me te fazer feliz.
Sejas lá quem tu for.

(Allan Koschdoski)

domingo, 23 de novembro de 2008

Sentir

Mais uma vez vazio
Mais uma vez deserto
Um amplo espaço oco
Num órgão que não pulsa por ninguém.
Olho pro céu a procura de alguma estrela
Todas apagadas...
Será que alguma um dia brilhará por mim?
Será que fiz algo de errado?
Será que sou errado?
Caminho novamente sozinho
Acompanhado de mim mesmo
Sem ter por quem sorrir
Sem ninguém que me motive um sentimento puro
Chego ao ponto de acreditar que me tornei incapaz de sentir
Uma ausência de sentires
Frio, quente
Doce, amargo
Chuva, sol
Pra quê? Por quem?
Por mim? Só pra mim?
Obrigado, preciso de mais
Preciso que meu coração palpite novamente
Que meu estômago esfrie
Que minhas mãos tremam
Que minha testa sue
Que minhas pernas vacilem
Que meu mundo saia de órbita
Sentir e ser sentido
Sentir a alma do outro em um beijo, em um afago
Sentir que o mundo pára em um abraço
Sentir que o Sol se ilumina diante de um sorriso sincero
Por enquanto só isso já me basta.