sábado, 24 de julho de 2010

Me vejo

Sou um observador melancólico de mim mesmo
Uma alegria falsa as vezes
Me observo como centro e me vejo nas periferias
Meu coração é constante estado de espera
Espera interminavel, escura, sombria
Uso a felicidade como um disfarce bem sucedido
Como é inutil delirar
Criar falsas expectativas
Montar imagens mentais
Tudo para poder se enganar
Mas quando chega a noite e se encosta a cabeça no travesseiro a verdade vem
E se mostra fria e cruel como sempre foi
E você fecha os olhos para que um sonho bonito volte a lhe enganar
Me observo, me vejo...
Vejo um homem de rosto feliz
Ideias felizes, sorrisos felizes
Socialmente aceito e cativante
Tudo máscara
Para ocultar aquilo o que realmente sou
Aquilo que está por dentro e ninguém vê
Um lugar tão dificil de se chegar que somente poucos conseguiram
Tão poucos que são contados nos dedos de uma mão
Alguns escolhidos que chegaram e não aproveitaram o que ele poderia oferecer
Meu coração.

[Allan Koschdoski]

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cansado

Estou cansado...
Cansado de procurar e não achar
De achar e não ser procurado.
Cansado de descobrir aventuras
Cansado de frivolidades
Exaustivamente cansado de superficialidade.
Certeza, duradouro, consistência...
Será que elas só moram no Aurélio?
É pedir de mais a palavra Longo?
Cansado de Semanas
Enchi o saco de Adeus
Abomino o Breve!
Cansei das palavras!
Elas não servem pra nada!
Só servem pra iludir e desmascarar.
Quero gestos, quero toques, atitudes...
Pra que 435 mil palavras se nenhuma delas servem?
Cansado de Promessa,Juntos, Amo e Adoro!
Levianas! Isso que vocês são!
Nos enrolam com suas falas moles e açucaradas
Pra depois nos apresentar para a Solidão e ao Ninguém
Provem que são verdadeiras pelo menos uma vez!
Vos desafio!
Façam valer seus significados!
Para vocês dou uma palavra de presente:
CANSADO!

[Allan Koschdoski]

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não me explicarei mais

Não existem milagres,
Nada que eu possa fazer mudará o que foi feito.
Seu rosto baixo ao fundo
Suas maos no rosto
Meus olhos molhados
Sua voz rodeando minha cabeça
Sua imagem gravada dentro de mim
Meu corpo cambeleando
Será que suas mãos conseguiriam segurar o peso do meu coração?
Eu saí, mais uma janela fechada
Você não olhou pra trás
Uma lágrima caida, que não voltará mais
Uma dor adormecida que volta a cortar
Uma solidão que não me abandona...
Quando te vi era como se chegasse a primavera
Seu sorriso iluminava minhas trevas,
Seu riso espantava meus medos
Seu toque parava meu mundo
Seu corpo junto ao meu na manhã...
Depois o silêncio agonizante
Ausência de som e de imagens
Que levou embora as flores deixando seus espinhos
Que me tirou de órbita
Que me tirou as palavras
Eu saí, você saiu
Nos perdemos
Queria ver pelos seu olhos
Sentir pelo seu coração
Pra saber que tudo não foi em vão
Que não foi mentira.
Queria não sentir nada...
Desculpe, não sou feito de pedra
Meu coração é meu maior órgão
E de tão grande se faz pequeno diante de um sentimento:
Amor
Desculpe novamente, não é minha intenção te confundir
Somente me esclarecer
Prometo não explicar mais nada.

[Allan Koschdoski]