quinta-feira, 17 de março de 2005

Aquele que eu amo




Hoje estou aqui para falar
Daquele que meu coração escolheu para amar
Ele não veio de nenhum reino além mar
Muito menos de algum outro lugar
De que eu possa falar

Não o procurei pelos quatro cantos
Nem sequer cheguei a derramar meus prantos
Foi somente como que por encanto
Que sua voz me envolveu como se fosse manto
Como se a sereia tivesse entoado seu belo canto.

Apesar do breu
Algo mágico naquele instante aconteceu
No momento não me ocorreu
Não era nenhum sentimento ateu
Simplesmente era o amor que me acometeu

Estava ele parado a minha frente
Conversando alegre e sorridente
Sobre coisas que acontecem com a gente
Quando um pensamento bateu derrepente
Que um dia ele poderia estar falando sobre gente

Enfim, chegou a hora em que as palavras cessaram
Os pensamentos findaram
Os sons remataram
Os gestos se transformaram
E assim, nossos lábios se encontraram

O amor que sinto (por aquele que meu coração escolheu para amar) é tão grande que até ao anjo invejaria
E até mesmo qualquer deus ansiaria
E pensando bem, por que assim não seria
Se até mesmo para eles não haveria
Amor tão grande quanto que ao meu amor eu daria?

Pois bem, amigos, hoje eu aqui falei
Daquele que um dia, igual jamais amarei
Mesmo quando chegar o momento em que deste plano partirei
Comigo este sentimento sempre guardarei
Pois algo como sinto agora eu não mais sentirei.

segunda-feira, 7 de março de 2005

Desabafo




Hoje eu vejo minha vida,
Como se sentado no cume de uma grande montanha,
Vejo tudo: Erros, êxitos, pessoas, lugares...
Vejo que muita coisa passou
Muita coisa eu vi
Muita coisa eu vivi
Desde que nasci, muitas mortes se seguiram,
Tantas que já nem me lembro mais
Algumas vezes tive companhia
Outras, simplesmente morri sozinho...
Sem ninguém, essas foram as que mais aprendi.
Pois renasci só, das cinzas.
Vejo todas elas, desde a infância na janela, esperando algo acontecer;
Desde a última, no meio de uma estrada.
O caminho é longo, difícil,
Mas antes de qualquer coisa, escolhido!
Hoje ninguém mais me diz o que fazer
Faço aquilo que quero
Já haviam me dito: "Tudo questão de escolha"
Todas as mortes, sempre foram resultantes de escolhas,
Escolhas essa envolvendo pessoas e lugares
Dessas pessoas, muitas guardo junto a mim,
Outras, simplesmente expurgadas de minha vida.
Sinceramente, com essas eu aprendi bastante.
Hoje me confronto com coisas que a muito não sentia
E que por certo tempo, forcei-me a não sentir.
Mas certas coisas me fogem ao controle,
Infelizmente (ou felizmente) não tenho controle sobre tudo na minha vida
Principalmente no coração
Não nego, tenho medo!
Não sou de fraquejar, enfrento tudo!
Se tiver que bater, eu bato!
Se tiver que apanhar, eu apanho!
Se tiver que fazer guerra, eu faço!
Não tenho medo de vivo nem de morto
Mas por detrás dessa carapaça, dura e quase impenetrável,
Criada à força
Existe algo tão frágil, tão simples, tão vulnerável...
Algo chamado coração
Muitos não vêem isso,
O que causa medo e assusta algumas pessoas
Dizem que não possuo sentimentos, que sou frio.
Minha segurança com relação à minha vida, dizem que assusta.
Dizem que sou calculista
Só vêem minha casca, criada por extinto de autodefesa.
Será que não existe ser capaz de ver por trás disso?
Ou simplesmente, de tanto apanhar acabei me fechando demais e ninguém mais vê aquilo o que realmente sou?
É...
Muita coisa vivi, muita coisa aprendi.
E ainda só tenho vinte e poucos anos.
Ainda tenho muito pela frente,
Minha vida mal começou.
Só espero que minha segurança e obstinação não atrapalhem meu futuro
Só espero que isso tudo,
Que lutei arduamente para ter, não tenho o efeito colateral que mais tenho medo:
Solidão
Pois quanto a isso hei de lutar,
Até o dia em que morrer.
Denovo.