segunda-feira, 7 de março de 2005

Desabafo




Hoje eu vejo minha vida,
Como se sentado no cume de uma grande montanha,
Vejo tudo: Erros, êxitos, pessoas, lugares...
Vejo que muita coisa passou
Muita coisa eu vi
Muita coisa eu vivi
Desde que nasci, muitas mortes se seguiram,
Tantas que já nem me lembro mais
Algumas vezes tive companhia
Outras, simplesmente morri sozinho...
Sem ninguém, essas foram as que mais aprendi.
Pois renasci só, das cinzas.
Vejo todas elas, desde a infância na janela, esperando algo acontecer;
Desde a última, no meio de uma estrada.
O caminho é longo, difícil,
Mas antes de qualquer coisa, escolhido!
Hoje ninguém mais me diz o que fazer
Faço aquilo que quero
Já haviam me dito: "Tudo questão de escolha"
Todas as mortes, sempre foram resultantes de escolhas,
Escolhas essa envolvendo pessoas e lugares
Dessas pessoas, muitas guardo junto a mim,
Outras, simplesmente expurgadas de minha vida.
Sinceramente, com essas eu aprendi bastante.
Hoje me confronto com coisas que a muito não sentia
E que por certo tempo, forcei-me a não sentir.
Mas certas coisas me fogem ao controle,
Infelizmente (ou felizmente) não tenho controle sobre tudo na minha vida
Principalmente no coração
Não nego, tenho medo!
Não sou de fraquejar, enfrento tudo!
Se tiver que bater, eu bato!
Se tiver que apanhar, eu apanho!
Se tiver que fazer guerra, eu faço!
Não tenho medo de vivo nem de morto
Mas por detrás dessa carapaça, dura e quase impenetrável,
Criada à força
Existe algo tão frágil, tão simples, tão vulnerável...
Algo chamado coração
Muitos não vêem isso,
O que causa medo e assusta algumas pessoas
Dizem que não possuo sentimentos, que sou frio.
Minha segurança com relação à minha vida, dizem que assusta.
Dizem que sou calculista
Só vêem minha casca, criada por extinto de autodefesa.
Será que não existe ser capaz de ver por trás disso?
Ou simplesmente, de tanto apanhar acabei me fechando demais e ninguém mais vê aquilo o que realmente sou?
É...
Muita coisa vivi, muita coisa aprendi.
E ainda só tenho vinte e poucos anos.
Ainda tenho muito pela frente,
Minha vida mal começou.
Só espero que minha segurança e obstinação não atrapalhem meu futuro
Só espero que isso tudo,
Que lutei arduamente para ter, não tenho o efeito colateral que mais tenho medo:
Solidão
Pois quanto a isso hei de lutar,
Até o dia em que morrer.
Denovo.

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