sábado, 11 de outubro de 2014

Anseios


Você chegou em mim sem avisar
Se apossando do meu pensamento
Invadiu minha cabeça sem pestanejar
Tirando de mim todo argumento

Guardo seu calor na minha pele
Ansiando pelo seu retornar
Sobrando apenas uma vontade que me compele
Aos teus abraços e beijos voltar

Passo os dias a  te desejar
Imaginando seu corpo a me envolver
Ansiando por suas mãos a me tocar
Fazendo minhas pernas fraquejar
E minha mente no seu toque dissolver

Em mim não resta nada somente
Que um grande sentimento crescente
De um dia te ter pra mim plenamente
Ao meu lado a caminhar

Criando um futuro permanente
Deixando a dor e o medo ausente
Vivendo para nós mutuamente
Num completo se amar.

(Allan Koschdoski)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Tempo, tempo


Olho o passado e vejo vida
Vida vivida
Vida amada
Vida sorrida
Não posso temer o tempo
Não temo aquele que tem sido meu companheiro fiel
Estará comigo até meu ultimo piscar de olhos.
Subi e desci montanhas
Amei e fui amado
Sorri e fiz sorrir
Vi crianças se tornarem jovens adultos
Vi um mundo que hoje seria impossível
Vi liberdades conquistadas e reprimidas
Sempre com o tempo ao meu lado
Ao meu lado me ensinando ser paciente
"Eu resolvo tudo" dizia
"Confie em mim"
E vejo por tudo que ja vivi
Sim, estou ficando velho. E muito feliz com isso.
Uma coisa que ninguém jamais levará são minhas lembranças
Minhas histórias e minhas experiências
São só minhas.
Cada uma delas, seja dolorosa ou feliz, me fazem o que sou
Um homem forjado entre lágrimas e sorrisos.
Um homem com o tempo ao seu lado.
E esse mesmo companheiro fiel, me levará embora daqui.
Embora para um lugar onde só ele conhece.
Até lá continuo vivendo, construindo aquilo que sou e que serei.

(Allan Koschdoski)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Estranha Conhecida



Possuo a face oculta
Em você eu habito
Para ti não tenho indulta
E a mim não me delimito

Sou seus olhos quando queres infringir
Sou sua idéia quando queres roubar
Sou sua boca quando queres mentir
Sou sua mão quando queres matar

Sou seu álibi quando vai trair
Sua doença quando não queres trabalhar
Sua desculpa quando vai fugir
Seu ódio quando não tem a quem amar

Sou sua inimiga quando queres competir
Sua amante que você gosta de odiar
Sou a família da qual não pode sair
Sou a unica em que você pode confiar

Olhe ao seu redor e não me achará
Me procure e nao me encontrará
Estou dentro de ti a te devorar
E fugir de mim não poderá

Não sou nenhuma Deusa
Não sou nenhum Demônio
Sou tudo e nao sou nada

Eu sou você.

Allan Koschdoski

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Para minha Vó

Rastejando  essa dor chegou,
Como um parasita se fixou ,
Com garras mais sutis do que o ar,
E do meu coração vazio fez seu lar.

Ouço da terra o grito de quem chorou,
Lamentos de quem partiu e nao voltou,
De uma alma perdida  que quer  voltar.
 Você pode ouvir a terra chamar?

O seu amor à vida em mim ficou,
Amor que contamina quem tocou,
Que só quer uma chance de voltar.
Você pode ouvir esse coração pulsar?

Num peito onde a vida habitou,
Onde o ar nao mais retornou,
Para um corpo ausente animar.
Você pode sentir uma mão te tocar?

Onde seus labios uma vez me beijou,
Que direto ao meu espirito fraco falou,
Que o mundo inteiro seria meu lugar.
Voce pode sentir sua voz falar?

A um coração que repleto ficou,
Que de tantos sorrisos a dor abandonou,
E de mansinho saiu para outro lugar.
Posso ouvir suas risadas a me curar.

(Allan Koschdoski)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dizer adeus



Qual a dor maior?
Quando é provocada no coração?
Quando é provocada na alma?
Qual sentimento é mais incapacitante?
O causado no coração ou na alma?
Qual o limite da nobreza?
Um dia serei capaz de perdoar?
Não tenho mágoa, raiva, ressentimentos...
Sou constituído no momento unicamente de dor.
E quem além de mim mesmo é capaz de escutar o grito surdo da minha alma que sangra?
Quem é capaz de curar isso além de o Tempo?
Como olhar no rosto novamente,
De quem te deixou no chão?
De quem num momento, simples momento, lhe fez descobrir o quão ácido é o gosto do solo.
Por isso hoje lhe digo adeus.
Quem sabe por quanto tempo?
Talvez por uma semana
Talvez por uma vida
Talvez enquanto eu sentir que meu peito está rasgado.
Como dizer adeus ao teu sangue?

(Allan Koschdoski)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cadê você

Cadê você agora?
Cadê seus abraços?
Cadê seus beijos?
Procuro você em cada olhar, em cada beijo apaixonado, em cada afeto.
Passo pelos caminhos que fomos, como uma forma de esperança tola de que possa quem sabe te ver.
Sofro ao nao conseguir nos ver num futuro, juntos...
Sofro pela ausência da pessoa que amo,
Fico vazio
Sem minha metade.
Tento olhar por lados bons, tento nao pensar no tempo
Mas como ele é cruel e pesado!
Como dói ter que pensar em 2 meses, 3 meses!
Como dói se quer saber o tempo!!
Cadê você agora que não está aqui ao meu lado me impedindo de escrever isso?
Cadê você agora que não esta alí na minha cama me esperando deitar pra me dar boa noite?
Cadê você agora que não está aqui pra secar minhas lagrimas?
Cadê você que não escuta os urros do meu coração?!
Os socos na mesa?
Só queria saber... Tocar
Tocar sua pele, encostar meu corpo no teu, falar que te amo ao pé do seu ouvido, te amar...
Queria não precisar chorar, queria ser feliz, ser completo denovo.
Queria você agora.

(Allan Koschdoski)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cosmic Love

Espera.
Números numa tela, tensões
Expectativas
Amigos de um lado maledicências do outro
Coração que aponta pra um caminho
Planos e fugas sendo traçados
Imagem, sorrisos e um vidro separando
Metros que parecem quilômetros
Caminho sem fim de alguns centímetros
Entreolhares e um corpo abraçado ao meu
Perfume e um lábio em mim.
Barulhos estranhos sem registro
Som do mundo parando
Como faz agora que o que não era planejado acontece?
Como faço pra caminhar numa estrada que mal possui o solo estabilizado?
Perfume na minha pele
Um afago e outros beijos
Medo!
Medo? Pra quê?! O que ele pode lhe fazer senão te atrapalhar?
Medo é inimigo da felicidade
O medo atrapalha o futuro
O medo deixa imóvel, estagnado
Estraga!
Vou sim, sem medo mas com prudência
Construindo primeiro as sapatas para depois erguer paredes.
Vou com um sorriso no rosto e olhar no futuro
Vou sim.
Vou pois é minha vida.
E a estrada se faz com o caminhar.

[Allan Koschdoski]

sábado, 24 de julho de 2010

Me vejo

Sou um observador melancólico de mim mesmo
Uma alegria falsa as vezes
Me observo como centro e me vejo nas periferias
Meu coração é constante estado de espera
Espera interminavel, escura, sombria
Uso a felicidade como um disfarce bem sucedido
Como é inutil delirar
Criar falsas expectativas
Montar imagens mentais
Tudo para poder se enganar
Mas quando chega a noite e se encosta a cabeça no travesseiro a verdade vem
E se mostra fria e cruel como sempre foi
E você fecha os olhos para que um sonho bonito volte a lhe enganar
Me observo, me vejo...
Vejo um homem de rosto feliz
Ideias felizes, sorrisos felizes
Socialmente aceito e cativante
Tudo máscara
Para ocultar aquilo o que realmente sou
Aquilo que está por dentro e ninguém vê
Um lugar tão dificil de se chegar que somente poucos conseguiram
Tão poucos que são contados nos dedos de uma mão
Alguns escolhidos que chegaram e não aproveitaram o que ele poderia oferecer
Meu coração.

[Allan Koschdoski]

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cansado

Estou cansado...
Cansado de procurar e não achar
De achar e não ser procurado.
Cansado de descobrir aventuras
Cansado de frivolidades
Exaustivamente cansado de superficialidade.
Certeza, duradouro, consistência...
Será que elas só moram no Aurélio?
É pedir de mais a palavra Longo?
Cansado de Semanas
Enchi o saco de Adeus
Abomino o Breve!
Cansei das palavras!
Elas não servem pra nada!
Só servem pra iludir e desmascarar.
Quero gestos, quero toques, atitudes...
Pra que 435 mil palavras se nenhuma delas servem?
Cansado de Promessa,Juntos, Amo e Adoro!
Levianas! Isso que vocês são!
Nos enrolam com suas falas moles e açucaradas
Pra depois nos apresentar para a Solidão e ao Ninguém
Provem que são verdadeiras pelo menos uma vez!
Vos desafio!
Façam valer seus significados!
Para vocês dou uma palavra de presente:
CANSADO!

[Allan Koschdoski]

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não me explicarei mais

Não existem milagres,
Nada que eu possa fazer mudará o que foi feito.
Seu rosto baixo ao fundo
Suas maos no rosto
Meus olhos molhados
Sua voz rodeando minha cabeça
Sua imagem gravada dentro de mim
Meu corpo cambeleando
Será que suas mãos conseguiriam segurar o peso do meu coração?
Eu saí, mais uma janela fechada
Você não olhou pra trás
Uma lágrima caida, que não voltará mais
Uma dor adormecida que volta a cortar
Uma solidão que não me abandona...
Quando te vi era como se chegasse a primavera
Seu sorriso iluminava minhas trevas,
Seu riso espantava meus medos
Seu toque parava meu mundo
Seu corpo junto ao meu na manhã...
Depois o silêncio agonizante
Ausência de som e de imagens
Que levou embora as flores deixando seus espinhos
Que me tirou de órbita
Que me tirou as palavras
Eu saí, você saiu
Nos perdemos
Queria ver pelos seu olhos
Sentir pelo seu coração
Pra saber que tudo não foi em vão
Que não foi mentira.
Queria não sentir nada...
Desculpe, não sou feito de pedra
Meu coração é meu maior órgão
E de tão grande se faz pequeno diante de um sentimento:
Amor
Desculpe novamente, não é minha intenção te confundir
Somente me esclarecer
Prometo não explicar mais nada.

[Allan Koschdoski]

sábado, 29 de agosto de 2009

O Medo não existe / Limite

O medo não existe
É simplesmente o receio de algo que não conhecemos,
Porquê temer algo que não se conhece?
Conheça e retire o medo da vida
O medo trava, o medo limita, o medo aleja...
Não tenho mais medo, não mais
Só cuidado, só vigília
Receio por coisas simples, receio de uma chuva...
Mas como não temer os sentimentos?
Como não temer algo que não se explica?
Temo sim!
Hoje eu temo um toque que seja,
Um beijo, um abraço
Pois um toque certo e eu me rendo
E como me render à alguem contendo segredos?
Eu me entrego de corpo e alma, não tenho segredos
E as vezes por uma palavra me condeno
Por um devaneio, por um sono agitado, por um gole à mais
Não quero me prender, não quero me render
A não ser que seja pela pessoa certa, com caracteristicas especificas
Me limito? sim!
Mas o limite é necessário, o limite salva vidas.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Abstrato Incontrolável

Tenhos olhos que não podem ver
meus braços não conhecem a ternura
meu coração coberto de poeira,
A solidão não é nenhuma estranha pra mim
Acostumado a uma vida de interesses e sem sentimentos,
me adaptei à ela perfeitamente
Planejei tudo com detalhes, mas algumas coisas não se planejam,
Simplesmente acontecem,
Por isso ando hoje, só
À mercê de mim mesmo,
Um espectador de minha própria vida,
Programei tudo na minha cabeça,
Mas do que adianta a voz se ela só proclama mentiras?
Do que adianta as mãos se elas não afagam?
Do que adianta as palavras se elas não confortam?
Acho que nesse caminho me perdi de mim mesmo
Não me encontro e não me procuro
Tento achar algo em mim que talvez esteja fora e alheio à minha vontade
Certas coisas independem de mim, não as controlo, nem nunca controlarei
Não tem fórmula, simplesmente são o cúmulo do abstrato

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Medo do Escuro


Meus olhos não me reconhecem mais
Me olho no espelho e não me acho
Só a sombra de alguém que não sei quem é.
Não vejo mais quem sou
Tenho aquilo que causa medo às pessoas
Me afasto como forma de auto-preservação
Me afasto de mim mesmo
Me sinto só na minha companhia
Não me basto mais
Olho pra minha frente,
Para os trilhos da minha vida e não sei onde está o fim da linha
Antes era sem fim, agora não sei onde ele está
Não sei onde estou
Os olhos não mais profundos e cheios de cor
Agora são rasos e negros
Contendo o infinito dentro de mim
Um espaço infértil, sem luz e vazio
Onde estás luz da minha vida?
Porquê fostes embora?
Está frio! Tenho medo do escuro!

sexta-feira, 8 de maio de 2009



Som do Silêncio

Em meu peito se encerra um grito.
Um grito tão forte que de ensurdecedor não se faz ouvir
Um anseio pelo futuro
Uma saudade do passado
Um não gostar do presente
Meus olhos impassíveis não mostram meus tormentos
Meus lábios sorridentes não mostram meu desconforto
Minha voz inalterada não deixa escorrer palavras de lamento
Medo? Não.
Ansiedade? Não.
Tristeza? Não.
Simplesmente o sentimento de mudança
Uma mudança definitiva
Um rompimento de padrões, estilos e vivências
Nem todas a palavras do mundo
nem as que conheço ou desconheço descreveriam meus sentimentos
Não é possível
Uma vez que eu mesmo não sei o que sentir

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sentimento ao anônimo

Sem mais como vai,
Sem mais durma bem,
Sem mais bom dia,
Sem mais bom trabalho.
Ando a procura de alguem que não existe
Escrevo para comover alguem que não conheço
Me arrumo para alguem que não me vê
Sem mais abraços,
Sem mais fique bem,
Sem mais beijos,
Sem mais afagos à noite.
Sinto saudades de alguem que eu não tenho
Quero desesperadamente encontrar alguem que não sei quem é
Preciso abraçar alguem que é etéreo
Sem mais nós
Sem mais lado a lado
Sem mais mãos dadas
Sem mais eu e você
Por quê não me achas?
Por quê não escutas meus gritos silenciosos?
Por quê me afujentas de teu convivio desconhecido?
Por quê vives sem mim?
Nos braços de quem tú te escondes?!
Não o conheço mas o odeio.
Quais lábios tú beijas?
Nunca os vi mas defamo
Por quê não comigo?
Por quê não aqui?
Por quê não agora?!
Por quê tú te escondes?
Deixe-me achá-lo
Deixe-me ser feliz ao te lado
Deixe-me te fazer feliz.
Sejas lá quem tu for.

(Allan Koschdoski)