sexta-feira, 22 de abril de 2005

Eu Conto a Vida







Eu conto a vida

Conto as paixões
O visceral
Não da forma clichê que os poetas mortos o fazem
Não
Escrevo a dor
A magoa
Explano o desamor
Conto os desafetos
Respeitável público, lambuzem-se com um circo de desilusões
Através de mim gritam a inquietação, a vergonha
As sombras
Escrevo sim, sobre as dores das pessoas
As lagrimas, com seu gosto salgado me inspiram
A inspiração nasce em mim como se fossem sementes jogadas em minha alma,
Então elas germinam, e seus frutos são salgados, amargos...
Conto o amor
Mas não em sua forma suntuosa, cheia de cores
Conto seu fim em tons de cinza
Conto seu desfecho
Seu desenlace
Conto a vida após ele
Oras, quem nunca sentiu a dor de um amor perdido?
Aquele que nunca teve esse sentimento que toma posse de seu corpo
Destorce as idéias
Estraçalha o coração
Que perturba a ordem natural das coisas
Quem não teve não sabe o que é vida
Amo a vida,
Amo o amor
Amo os amores,
Amo amar
Sou aquele que acredita no amor eterno
Mas que também acredita no seu fim
Afinal, como um outro poeta mesmo disse:
“Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure”

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